O câncer não escolhe gênero, etnia ou idade para se desenvolver. O tumor, que é descrito como um crescimento desordenado de células que invadem tecidos e órgãos, tem acometido inclusive a população mais jovem, o que gera um alerta mundial a possíveis sinais e sintomas. Leucemias, tumores de sistema nervoso central, linfomas e retinoblastoma estão entre os tipos mais comuns de câncer infantil.
Diante disso, 15 de fevereiro passou a ser conhecido como o Dia Internacional da Luta Contra o Câncer na Infância. Desde 2001, a data busca conscientizar a população sobre o cenário e apoiar tanto crianças, quanto familiares neste processo.
No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que surjam 7.930 novos casos de câncer infantojuvenil, para cada ano, entre 2023 a 2025. Desse quantitativo, 4.230 casos seriam no sexo masculino e 3,7 mil no sexo feminino. Entre as regiões com maior risco estimado de novos casos para ambos os sexos, está a Região Sul, que contempla o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
Em Santa Maria, o Hospital Universitário (Husm) é considerado referência para o atendimento e acolhimento de crianças e adolescentes nesta luta, atendendo a mais de 40 municípios gaúchos. Por conta do serviço prestado pelo Centro de Atendimento à Criança e Adolescente com Câncer (CTcriaC) há cerca de 18 anos, os pacientes têm recebido suporte aos diagnósticos, o que envolve a realização de diversos exames e tratamentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Atendimento
Em 2005, surgia o CTcriaC no âmbito do Husm. A unidade contou a verba do projeto Criança e Vida do Banco do Brasil, que buscava equipar ou reformar hospitais que atendiam crianças com Câncer na época. O chefe da Unidade de Hematologia e Oncologia do Husm, Mauber Eduardo Schutz Moreira, explica que atualmente a faixa etária de atendimento vai de crianças com apenas 30 dias de vida até pessoas com 24 anos.
– O serviço oferece todo suporte ao diagnóstico do câncer infanto juvenil e adolescente desde os exames de imagem como tomografia computadorizada até exames mais específicos para alguns tipos de tumores como biologia molecular, ou seja, análise genética do câncer. Quanto aos tratamentos, são os regularmente disponíveis pelo SUS e contratualizadas com o gestor estadual incluindo, quando necessário, o transplante de Medula Óssea, passando pelos procedimentos cirúrgicos mais complexos – afirma Moreira.
Conforme dados fornecidos pelo Husm, foram atendidos 4.611 pacientes no período de 2015 até o momento. Em média, 40 pacientes recebem assistência por mês na unidade. O atendimento no CTcriaC é mantido com o repasse de verbas do Governo e para dar suporte a demanda, a equipe multiprofissional é composta por médicos oncologistas pediátricos e cirurgiões pediátricos, enfermeiras, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, nutricionistas, assistente social, terapeuta ocupacional, psicóloga, assistente administrativo, fonoaudiólogo, entre outros.
Encaminhamento
Conforme Moreira, o CTcriaC é uma unidade de internação para pacientes com diagnóstico de alguma doença hematológica oncológica, sendo controlado o acesso ao local. Os encaminhamentos para consultas ambulatoriais devem ser realizados pela Secretaria Municipal de Saúde, via Sistema de regulação de consultas especializadas do SUS (Gercon).
No caso de internações, o processo ocorre pelo Gerenciamento de internações hospitalares do Estado (Gerint). A unidade atende usuários de municípios contemplados pelas 4ª e 10ª Coordenadorias Regionais de Saúde.
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